Uma comitiva formada por servidores da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR) conheceu esta semana dois institutos de Manaus que atendem crianças e adolescentes com transtorno do espectro autista (TEA).
A finalidade é seguir os modelos das atividades desenvolvidas no estado vizinho para serem implantadas em Roraima por meio do instituto do autista, projeto de autoria da deputada Angela Águida Portella que está em andamento na Assembleia Legislativa. A instituição deve ser inaugurada no Estado até o fim do ano.
Os dois espaços de Manaus acolhem o público infanto-juvenil com transtorno do espectro autista e suas famílias. O primeiro a ser visitado foi o Instituto Autismo no Amazonas (IAAM), fundado em 2011, que atende 56 crianças e adolescentes. A equipe multidisciplinar é composta por 16 profissionais de diversas áreas, como fonoaudiólogos, educadores físicos, pedagogas, professores auxiliares e assistentes sociais.
A fonoaudióloga Tassia Kelly trabalha no IAAM. Ela ministrou uma palestra sobre educação especial para o grupo de mulheres e apresentou as diversas maneiras das famílias melhorarem a capacidade de concentração, coordenação motora e aprendizado de quem tem o transtorno do espectro autista.
Segundo Kelly, a criação de um instituto similar em Roraima vai atender uma demanda que aumenta a cada dia.
“É muito bom saber que existem interessados nesse conteúdo, em conhecer mais sobre o autismo e o trabalho feito com os pacientes. É um tema muito abordado atualmente. Os médicos já estão mais preparados para diagnosticar, há um aumento no número de casos. Então, é preciso ter pessoas para aprender a lidar com esse tipo de transtorno”, explica.
A associação Mãos Unidas Pelo Autismo (MUPA também será referência para a implantação do instituto do autismo em Roraima. O espaço está em reforma para melhorar o acolhimento e atender um número maior de pessoas. Para funcionar, conta com a ajuda de familiares dos pacientes, voluntários e até dos funcionários.
A psicóloga Ana Paula dos Santos se dispôs a ajudar a equipe compartilhando tudo que sabe sobre o tema e aprovou a iniciativa da criação de um espaço em Roraima e a busca pelo conhecimento.
“Primeiramente, a gente quer agradecer por terem nos procurado. Esperamos, sim, estreitar laços para ajudar no que for necessário. Eu acredito que vocês já deram o ponto de partida, que é querer fazer algo e oferecer às crianças com TEA um acompanhamento, não apenas na área psicológica, mas nas demais que precisam ser desenvolvidas”, ressaltou.
Proposta aprovada
O instituto do autista em Roraima, previsto para inaugurar até o fim deste ano, vai acolher crianças e adolescentes, além de suas famílias. A implantação do espaço no Estado foi aprovada pela Mesa Diretora da Assembleia Legislativa. O projeto foi proposto pela deputada Angela Águida Portella, presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoas com Deficiência. Ela também fez parte da comitiva que visitou os institutos em Manaus.
“Nós pretendemos, nesse espaço de acolhimento, dar esse conforto a essa família que tenha um filho que foi diagnosticado. Vamos fazer um encaminhamento e, além de acolher, serão ministradas oficinas para que os pais, cuidadores ou professores interessados sejam habilitados a construir o material lúdico, e para que os familiares saibam como cuidar dessa criança, as intervenções, qual a melhor forma de ensinar. Enfim, dar uma condição, um conhecimento básico que seja”, argumentou a parlamentar.
Buscar entender o transtorno do espectro autista, suas características e como lidar no dia a dia com esse público foi essencial para quem vai atuar no instituto em Roraima. Camila Ferreira é uma dessas profissionais. Ela tem uma irmã autista e o que aprendeu também vai ser usado em casa.
“Achei muito linda a forma como trabalham. Fiquei encantada com o que fazem e isso me incentivou de maneira significativa. Isso foi muito importante”, relatou.
Tudo pelo social
A Assembleia Legislativa de Roraima, com a aprovação de leis, tem um papel fundamental em atos que beneficiam pessoas com transtorno do espectro autista. A carteira de identificação do autista, válida em todo o território nacional, dá prioridade de atendimento nos serviços públicos e privados e atende aos dispositivos da Lei Estadual 1.306 de 3 de abril de 2019, proposta pelo deputado Jorge Everton (sem partido).
Diagnóstico
O transtorno do espectro autista pode ser diagnosticado nos três primeiros anos de vida da criança. Ele afeta o desenvolvimento do cérebro e as habilidades sociais e de comunicação. O diagnóstico precoce é essencial para o início das intervenções, possibilitando, assim, melhorar a qualidade de vida das pessoas.
Fotos: Eduardo Andrade
SupCom ALE-RR